Estava à mesa, hoje pela manhã, café matinal e me vem uma imagem lá de
bem distante. A mesa posta, um cheiro enchendo a casa de tão gostoso, meu pai
chegando do trabalho, suado e a deixa: “Vamos todos tomar café”. Ah, que
trabalheira! Desde os primeiros minutos daquele dia ela não parara, cuidara de
tudo: Café da manhã, fardas escolares com o conga, meias, calças/saias azul de
nylon, camisas/blusas (Volta ao mundo) branca; lanches nas lancheiras recheadas
de carinho. Seguia-se, então, a tarefa de deixar a casa em ordem com roupa a
ser lavada e almoço a preparar. Na volta da escola lá estava a mesa pronta e,
após o banho de cada um de nós, a mesma voz: “Vamos almoçar, meninos”. Ela era
uma mulher de muitos afazeres, também lecionava culinária, confeitaria, tapeçaria,
bordado, corte e costura além de bem desempenhar a arte de ser mãe.
Hoje me dou conta dessas multi mulheres em minha vida. Minhas tias,
primas e irmãs também estiveram muito presentes em minha formação para a vida. No
momento em que lembro minha mãe e suas prendas, me passa também um filme das
tarefas de Parícia, minha esposa, na labuta caseira, numa repetição daquilo que
fizera minha mãe, Maria do Carmo e minha sogra, dona Judi de Lourdes. Dar conta de uma casa e
tudo que nela se acerca, não é tarefa fácil. Muito menos cuidar, educar e encaminhar
os filhos para a vida. Ser mãe, esposa e administradora de algo tão sublime na
vida de cada um de nós, não é tarefa para se cumprir sem carinho e a dedicação
tão implícitas nesse cuidar. Família e casa, haja complexidade, tarefa hercúlea.
Só com muita arte, mimo e jogo de cintura se pode dar conta de tanto.
É através delas que homenageio cada uma dessas mulheres espalhadas por
este mundão afora. Nem todas com essa aptidão para ser mãe e cuidadora, mas com
suas peculiaridades na arte de ser mulher-cidadã, cuja vocação é ser e fazer
feliz.
Lembrança boa! Aprendi até confeitar bolo...
ResponderExcluirNossas mães eram "mulheres prendadas".