segunda-feira, 2 de março de 2015

Com açúcar e muito afeto!

Evaldo Brasil, companheiro de sonhos e labutas, tem sugerido que, quando não houver tempo para um post novo, eu recorra a algo de gaveta. 
É o que faço agora, apropriando-me de um belo texto da amiga/irmã Geneceuda Monteiro - Com açúcar e muito afeto! Não bastasse o talento ainda é filha do meu guru Wilson Maux, de tão saudosa memória:
A gente somos nós: Jerimum/Geneceuda/Xiquexique
“De fato - tanto na vida, quanto na natureza - cada ser é para o que nasce! Basta um breve olhar e logo se vê que não nasceram para outra coisa, nasceram para fazer e ser como são. Um possui o tronco ereto e alto, sua espécie pode medir até quatro metros, com braços laterais afastados, descrevendo uma curva em direção ao Sol. É assim que a Ciência o descreve. Como todos de sua espécie têm alguns espinhos, mas faz brotar bonitas flores.
Seu companheiro quando se espalha não há quem o junte! Sua origem de curcubitáceo possui uma grande variedade de formas. No caso dele, sua forma de moringa é bem definida: cheia de suas mungangas, suas pinturas! A Ciência acrescenta que tais espécies crescem em solos rasos, sobre as fendas das rochas e também cobrem extensas áreas da vegetação semiárida.
Daí a natureza das coisas! É justamente na nossa aridez diária que eles nos são indispensáveis, imprescindíveis. Eles quebram nossas blindagens de pedra, minam nossas lembranças com suas meninices, aguam nossa alma com a pureza de suas travessuras e macaquices. Falo da natureza de Curcubita Pepo e Cereus Gounellei!
Duas espécies nordestinas de origens distintas, duas vegetações típicas da nossa terra. Pelos seus nomes, pareceria piada, se não estivesse falando tão sério. E, na verdade, é impossível olhá-los sem rir de suas diabruras tão angelicais. Que valha-me Deus pelo paradoxo!
É que Pepo e Cereus, de nomes científicos igualmente engraçados, e vulgarmente chamados de... representam o que há de mais puro quando nos debruçamos em observar os “pantins” do homem do mato. Suas caras e trejeitos reproduzem o humor e esperteza dos caboclos do sertão.
Sem muito esforço, até porque o matuto caricato não gosta de se esforçar, basta um olhar deles, uma presepada qualquer e são capazes de derreter e cativar o mais turrão dos corações.
Misturam em seus mais entranhados ramos Pedro Malazarte, Jeca Tatu, O gordo e o Magro, Tom & Jerry, Martin & Jerry Lewis e tantos outros. Reinventaram Chaplin em nosso tempo moderno e o melhor: o fizeram em dose dupla!
São uma graça no melhor sentido da palavra. São feito “Tumé” e “Bebé”. Feito “a corda e a caçamba” se completam. Dão “certim feito boca de bode”.
Assim, impariados, doce par nordestino, made in Paraíba que não “arripuna”. Doce de alegria e rapadura, doce feito de gente: de Jerimum e XiqueXique!”.

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