Saudável inocência nos tempos pueris de jogos e brincadeiras |
Emilly Emanuelle é essa menina da
foto ao lado. Somos, por assim dizer, seus avós postiços. Desde seus primeiros
meses que convive conosco e “manda” no pedaço. O verbo mandar, aqui empregado,
está mais que em sentido figurado, senão não faria sentido. O fato é que Emilly
preenche aquele espaço de quem (ainda) não tem um neto para curtir nem
compartilhar. Já escrevi sobre ela num episódio em que envolveu Juraildes Cruz,
um poeta do Centro-Oeste, compositor de “Meninos”, obra prima mais conhecida
pela interpretação de Xangai: “Vou pro campo / no campo tem flores / nas flores
tem mel / e à noitinha estrelas no céu, no céu, no céu...”.
Hoje, como todas as sextas-feiras
– quinze em quinze dias -, ela chega e já “dita” o que queremos assistir na
programação televisiva. Eu, pra falar a verdade, nem de TV gosto, mas ela
merece nossa atenção, algo tão especial que abro mão até do não gostar de
televisão para estarmos juntos. Então pergunto o que iremos assistir e sem
pestanejar vem a resposta: Chaves! Por mais batido e pastelão que pareça aquilo
tem sempre algo pra se ver e sorrir. Sou arredio aos tapas e encontrões que dão
e sofrem a dona Florinda, seu Madruga, Kiko, Chiquinha e, por fim, o Chaves.
Seu Barriga, por ser gordo, sofre o mesmo bullying que o Chaves, por ser pobre
e o seu Madruga, por ser feio. Mas deixemos o politicamente correto de lado.
Falemos de criancice tema que, aliás, tenho certa intimidade por viver uma
síndrome pueril, lembram?!
Aquelas brincadeiras tão
repetidas em Chaves nos remetem a tempos já “tão pretéritos quanto distantes”, diria meu prezado Jerimum. Jogos
de bola e botões pelas ruas e calçadas; baleeira ou baleada; barra-bandeira; passar
a pedra; esconder a peia; academia ou amarelinha; artista e bandido guerreando com
frutos de carrapateira; deslizar em patins de rolimã ou aro de pneu de
caminhão; andar de bicicleta de aluguel; jogar pião e bolas de gude. Ah, tomar
banho de barreiro com todo o perigo que não conhecíamos. Isto é impagável e até
lembrando a gente se diverte. Desculpem-me os velhos de mente, mas quando estas
lembranças me ocorrem é um gozo, sem querer querendo!
Chegando ao trabalho com uma camiseta vermelha com coração amarelo, vazando o CH, dou carona ao colega Aroldo que se sai com essa: 'Xeu pegar carona com Chapolin Colorado' e eu, de pronto: 'Enquanto não chega a farda... vamos, Chapolin Esverdeado!
ResponderExcluirDepois essa maravilha me faz lembrar Marcelino Araújo, que logo, logo será piloto da aviação civil. Fã de Chaves e Chapolin.
Por fim, boas gargalhadas com esse texto, sem querer, querendo...