segunda-feira, 16 de março de 2015

Minha outra amiguinha

Sarinha, 5 aninhos: Minha mais nova amizade
Algumas vezes escrevi sobre aquela minha amiga Clara, lembram? A primeira vez foi em meu “Banzo Dominical”, lá no Facebook, onde ela me elevara à condição de escritor. Em seguida escrevi sobre um bilhete que me escrevera falando de saudade e, mais tarde, sobre a viagem que fizera seu cãozinho Lupi ao asteroide B-612, indo ao encontro do Pequeno Príncipe. Hão de convir, os leitores, que no estado em que me encontro, acometido pela síndrome pueril, tenho mais que conquistar amizades com gente da minha idade. Pois bem, Sara é o nome da minha mais nova amiguinha.
Como estamos ali na mesma faixa etária devo, aqui, apresentá-la como Sarinha. A conheci em um piquenique que fizemos lá nas terras de Pilões, Brejo paraibano. Nosso destino foi caminhar em busca de uma cachoeira, por entre as trilhas, um verde exuberante e pedras com uma variedade de formatos. Um sobe e desce (quase) sem fim. E, enfim, a visão deslumbrante daquela queda d’água banhando toda aquela gente e suas almas. Publicadas aquelas fotos é difícil imaginar que estamos no Nordeste. O Brejo paraibano dá inveja a muita gente mundo afora com sua riqueza natural e uma flora que serve à visão e, também, à mesa com fartura.
Aquela criaturinha – falo de Sara – estava à minha frente, rodeada de parentes e amigos e não correra nenhum risco. Mas vou eu ao seu encontro e ofereço a mão para tirá-la daquilo que ela imaginará perigo. Estava com água pelo queixo e, nesses momentos, perde-se a segurança da terra firme. Ela respondeu ao gesto, segurou minha mão, veio aos meus braços, caminhamos uns dois ou três passos até que se sentiu segura pisando na areia da piscina natural de água corrente e gostosa de se sentir. Ali travamos um diálogo que se repetira noutros momentos do passeio: - Qual o nome de você? - Meu nome é Carlos! - Você sabe o meu nome? - Sei. Seu nome é Sara! - Sabe o nome do meu vô? - Sim. É Milton! - Sabe o nome da minha vó? - Sei também. É Nice! - Sabe que ela tá no céu? - Sei! - Você é muito legal!
A mesma frase eu já escutara, há alguns anos. Hugo, neto do meu cunhado Beethoven, chorava que chorava, nas últimas horas da noite. Eu, não aguentando aquela situação, o pus nos braços e caminhei inúmeras vezes, pela sala de casa, cantando uma canção de ninar. Já quase me desesperava quando ele (do nada) parou o choro, ergue-se à minha frente, pós sua mão em meu queixo e disparou: - Sabe, você é um cara legal!

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