domingo, 1 de março de 2015

Afinal qual é a cor?

Cor de burro quando foge!
"Azul e preto ou branco e dourado? Vestido polêmico 'quebra' a internet... Foto postada por internauta é o assunto mais comentado no Twitter. Rede social se dividiu entre os que veem preto e azul e branco e dourado". As TVs brasileiras, sem exceção, noticiaram o fato com tempo considerável em seus telejornais e revistas semanais. Pasmem, a BBC de Londres, para chegar a um denominador comum, lançou mão de um software de edição de imagens e, após analisados os tons do vestido, concluiu que ele é, sem dúvida, azul e preto.
Pela ênfase dada e estardalhaço feito, creio que teremos algo de extraordinário por acontecer. Ou descobrirão a cura de males como o câncer e Aids; erradicação da cólera, dengue e outros; ou chegarão à conquista da paz mundial. Nada que não seja nessa perspectiva me impedirá – mais uma vez – a reafirmar em meu EU que nós emburrecemos, termo que relutei usar até então. Mudando de cal-pra-carpete, ou apenas de cores, tivemos a colega Ana Débora Mascarenhas comentando em “O mundo e suas voltas” sobre a película Cinquenta tons de cinza: “Fico preocupada com a possibilidade de um sádico sexual ser visto pelo público com um herói, e o pior foi ouvir comentários como: 'Eu queria um cara daquele lá em casa agora' na saída do cinema. Meninas acordem, alôô”.
Junto-me a Ana e torço para que acordemos todos nós, então. O mundo em nossa volta carece de muita reflexão sobre um monte de acontecimentos que fogem às nossas retinas e não estão nas pautas midiáticas. Pelo menos não da forma correta, recorrente como questões relacionadas à educação ambiental, a homofobia, intolerância às diferenças quaisquer que sejam elas. O fundamentalismo religioso e político entre “tribos” humanas, levando o ódio e a morte aos quatro cantos do planeta precisam ser temas recorrentes, debatidos à exaustão.
Questões sérias com perspectivas positivas à vida em sociedade não são tratadas ou pautadas como verdadeiramente merecem. O Brasil cresce em produção científica, embora haja perda de qualidade, e isso não se vê nas mídias. Entre 2001 e 2011, o Brasil subiu de 17º lugar mundial na quantidade de artigos publicados para 13º, conquista que costuma ser comemorada em congressos científicos do país. Em 2011, os pesquisadores brasileiros publicaram 49.664 artigos. O número é equivalente a 3,5 vezes a produção de 2001 (13.846 trabalhos), segundo a SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (em seu Site), Ao contrário do que muitos pensam.

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