Cor de burro quando foge! |
"Azul e preto ou branco e dourado? Vestido polêmico 'quebra' a
internet... Foto postada por internauta é o assunto mais comentado no Twitter. Rede
social se dividiu entre os que veem preto e azul e branco e dourado".
As TVs brasileiras, sem exceção, noticiaram o fato com tempo considerável em
seus telejornais e revistas semanais. Pasmem, a BBC de Londres, para chegar a
um denominador comum, lançou mão de um software de edição de
imagens e, após analisados os tons do vestido, concluiu que ele é, sem
dúvida, azul e preto.
Pela ênfase dada e estardalhaço feito, creio que
teremos algo de extraordinário por acontecer. Ou descobrirão a cura de males como
o câncer e Aids; erradicação da cólera, dengue e outros; ou chegarão à conquista da paz mundial. Nada que não seja
nessa perspectiva me impedirá – mais uma vez – a reafirmar em meu EU que nós emburrecemos, termo que relutei usar até então. Mudando de cal-pra-carpete, ou apenas de cores, tivemos a colega Ana Débora Mascarenhas comentando
em “O mundo e suas voltas” sobre a película Cinquenta tons de cinza: “Fico
preocupada com a possibilidade de um sádico sexual ser visto pelo público com
um herói, e o pior foi ouvir comentários como: 'Eu queria um cara daquele
lá em casa agora' na saída do cinema. Meninas acordem, alôô”.
Junto-me a Ana e torço para que acordemos todos nós, então. O mundo em nossa volta carece de muita reflexão sobre um
monte de acontecimentos que fogem às nossas retinas e não estão nas pautas
midiáticas. Pelo menos não da forma correta, recorrente como questões relacionadas
à educação ambiental, a homofobia, intolerância às diferenças quaisquer que
sejam elas. O fundamentalismo religioso e político entre “tribos” humanas,
levando o ódio e a morte aos quatro cantos do planeta precisam ser temas recorrentes, debatidos à exaustão.
Questões sérias com perspectivas positivas à
vida em sociedade não são tratadas ou pautadas como verdadeiramente merecem. O Brasil cresce em produção científica,
embora haja perda de qualidade, e isso não se vê nas mídias. Entre
2001 e 2011, o Brasil subiu de 17º lugar mundial na quantidade de artigos
publicados para 13º, conquista que costuma ser comemorada em congressos
científicos do país. Em 2011, os pesquisadores brasileiros publicaram 49.664
artigos. O número é equivalente a 3,5 vezes a produção de 2001 (13.846
trabalhos), segundo a SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (em seu Site), Ao
contrário do que muitos pensam.
Nenhum comentário :
Postar um comentário