domingo, 22 de março de 2015

Eu queria falar de água

Eu já fiz isso com a dedicação que o trabalho requer
Nada do que aqui escrevo é premeditado. Na maioria das vezes, confesso, o conto me ocorre quando sento diante do meu velho notebook (há tempos que não uso papel e lápis). Quando iniciei meus contos por aqui tinha uma lista de alguns possíveis. Algo me chama a atenção andando pelas ruas ou mesmo nas coisas que leio ou escuto. Mas, pelo fato de hoje ser o Dia Mundial da Água tinha me destinado a escrever sobre. Eu, aliás, tenho motivos de sobra para falar dessa preciosidade, posto que venho me esforçado para usá-la do modo mais adequado possível e reutilizando-a.
Mas não foi sobre água que ouvi, hoje, numa saída rápida pelas ruas da cidade. Sou abordado por um jovem cidadão (gosto dessas abordagens) que sorridente vem em minha direção, já de mão estendida: “É um grande prazer encontrá-lo!”. Aquele cidadão ou estava me reconhecendo, verdadeiramente, ou me achando parecido com alguém bem próximo de si. Usei da boa regra e respondi com reciprocidade àquele gesto. Nos primeiros momentos fiquei esperando um “mote” ou um “gancho” para saber de onde aquele ser tão desenvolto me conhecera. Papo vai, papo vem e ele se derramando em elogios, mas sem que me desse as pistas que eu esperara. Então divaguei (um olho no padre, outro na missa), tentando entender a admiração, até que veio a deixa e caiu a ficha.
Fiz uma viagem na parca memória pra desvendar aquele mistério. Nada havia na conversa que me sugerisse uma lembrança. De onde, então, aquela pessoa me parecia tão chegada? Ah, certamente me ouvira nalgum programa radiofônico. Mas precisa algo mais além da voz. Teria sido da TV Itararé ou de comerciais da dupla Jerimum & Xiquexique? Faz algum tempo que participamos de campanha publicitária, pelo menos aqui na Paraíba. Momentos sôfregos esses de se estar diante de alguém que nos parece familiar, mas não nos damos conta de quem seja.
Até que a conversa toma o rumo esperado com a seguinte dica, ainda segurando minha mão: “Eu admirava ver você de garra daquela pá e daquela enxada. Ficava pensando comigo como pode um cabra tão estudado tá aí, nesse serviço, apanhando metralha”. Foi assim que me desfiz daquele curto mistério. Não antes sem o belo desfecho:
“Mas venha cá e me desculpe: Você tava pagando pena alternativa?”.

Um comentário :

  1. kkkkkkkkkkkkkkk Se eu, neste caso, responderia: Não! Era pelas poucas alternativas daquele momento! kkkkkkkkkkkkkkk

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