Eu já fiz isso com a dedicação que o trabalho requer |
Nada do que aqui escrevo é
premeditado. Na maioria das vezes, confesso, o conto me ocorre quando sento diante
do meu velho notebook
(há tempos que não uso papel e lápis). Quando iniciei meus contos por aqui tinha
uma lista de alguns possíveis. Algo me chama a atenção andando pelas ruas ou mesmo
nas coisas que leio ou escuto. Mas, pelo fato de hoje ser o Dia Mundial da Água
tinha me destinado a escrever sobre. Eu, aliás, tenho motivos de sobra para
falar dessa preciosidade, posto que venho me esforçado para usá-la do modo
mais adequado possível e reutilizando-a.
Mas não foi sobre água que ouvi,
hoje, numa saída rápida pelas ruas da cidade. Sou abordado por um jovem cidadão
(gosto dessas abordagens) que sorridente vem em minha direção, já de mão
estendida: “É um grande prazer encontrá-lo!”. Aquele cidadão ou estava me
reconhecendo, verdadeiramente, ou me achando parecido com alguém bem próximo de
si. Usei da boa regra e respondi com reciprocidade àquele gesto. Nos
primeiros momentos fiquei esperando um “mote” ou um “gancho” para saber de onde
aquele ser tão desenvolto me conhecera. Papo vai, papo vem e ele se derramando
em elogios, mas sem que me desse as pistas que eu esperara. Então divaguei (um olho
no padre, outro na missa), tentando entender a admiração, até que veio a deixa
e caiu a ficha.
Fiz uma viagem na parca memória
pra desvendar aquele mistério. Nada havia na conversa que me sugerisse uma
lembrança. De onde, então, aquela pessoa me parecia tão chegada? Ah, certamente
me ouvira nalgum programa radiofônico. Mas precisa algo mais além da voz. Teria
sido da TV Itararé ou de comerciais da dupla Jerimum & Xiquexique? Faz
algum tempo que participamos de campanha publicitária, pelo menos aqui na
Paraíba. Momentos sôfregos esses de se estar diante de alguém que nos parece
familiar, mas não nos damos conta de quem seja.
Até que a conversa toma o rumo
esperado com a seguinte dica, ainda segurando minha mão: “Eu admirava ver você de
garra daquela pá e daquela enxada. Ficava pensando comigo como pode um cabra
tão estudado tá aí, nesse serviço, apanhando metralha”. Foi assim que me desfiz
daquele curto mistério. Não antes sem o belo desfecho:
“Mas venha cá e me desculpe: Você tava pagando
pena alternativa?”.
kkkkkkkkkkkkkkk Se eu, neste caso, responderia: Não! Era pelas poucas alternativas daquele momento! kkkkkkkkkkkkkkk
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