Duas
quengas de côco - grafado como se grafava -, duas caixas de fósforos, ou duas
latas de leite, um cordão bem estirado, colocado ao pé-de-ouvido era suficiente
para a criançada se comunicar. Isso, claro, fazia parte do nosso universo
infantil, em um tempo onde as comunicações não tinham a instantaneidade de
agora. Vivíamos catando esses trecos e barbantes para nossas proezas imaginativas.
Perdia-se tempo, ócio prazeroso, com algo a um só tempo tão significativo
simplório.
Mas
tem o lado dessa história. Já havia velocidade de comunicação lá no Império
Romano, onde os pombos-correios mantinham César e seus comandantes informados sobre
as invasões e a movimentação inimiga. Aquelas aves, 6000 pombos treinados,
cobriam toda a costa do Mediterrâneo levavam e traziam suas informações
atingindo 60kh/h. Bem mais veloz que o provedor de internet que ora utilizo. Lá
pelos 300 anos a.C., no Egito, os pombos também serviram à comunicação. É fato
que nas duas grandes guerras mundiais eles estiveram a serviços de algum
exército. Os tempos mudaram, a comunicação evoluiu e o telégrafo, por muito
tempo, foi revolucionário. A comunicação, creiam, estava por uns fios. Samuel
Morse, seu criador, o patenteou em 1837, e o telégrafo elétrico surge com o
código batizado com seu sobrenome, Morse.
Eu
sou de um tempo onde a gente se dava por muito satisfeita usando o telefone do
posto de Serviço. Havia fila e o recado vinha de bicicleta. E era uma festa
aquela “instantaneidade”. Discava-se numa “roleta”, o aparelho pesava uns cinco
quilos, a ligação cortava aqui e ali, mas não se perdia o encanto do contato. O
rádio nos trazia as notícias mais longínquas com um som quase inaudível, ainda
mais quando se tratava de copa do mundo, por exemplo. Depois surge a televisão,
a vedete das comunicações por muitas décadas, antes mesmo da praga do
embrutecimento coletivo.
Um
dia desses vibrávamos com o advento do Orkut, depois substituído pelo MSN. A
bem pouco tempo estivemos em plena lua-de-mel com o Facebook, hoje quase
nocauteado pelo queridinho WhatsApp. Daqui a pouco, a se confirmar as
previsões, a quarta guerra ocorrerá com arco e flecha, a quenga de côco
suplantará o WhatsApp que hoje me venceu!
Como diria Aninha (Ana Débora Mascarenhas)... E nas voltas que o mundo dá, a marcha a ré pode não se dar como muitos pensam, mas deixando pra trás quem não cuida do que merece ser cuidado! ( http://asvoltasqueomundodar.blogspot.com.br/ )
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