Ciúmes, sim! Alçou-me à condição de escritor, não faz muito. Trocamos
alguns bilhetes afáveis, alguns publicados. Quando Lipi, seu cachorrinho, foi
morar lá perto do asteroide B-612, vizinho ao Pequeno Príncipe, fui eu quem
noticiou sem nem mesmo dar a notícia. Dediquei alguns contos àquela minha
amiguinha, mas hoje a vejo encantada por um outro, quase seu desconhecido.
Valbert Mattos é o nome desse meu concorrente. Chegou de supetão e, em um domingo
apenas, conquistou o coraçãozinho de Clara.
Ao contrário do que muitos pensam, eis a prova na fotografia e bilhete
ao lado. Aquele par-ra-pa-pá de ator/diretor foi o suficiente para encantar
minha amiguinha. Dali a pedir autógrafos, abraços e até chamá-lo de tio, achá-lo
carinhoso foi um salto. E nada do que me queixo é invencionice minha, minha
gente. Tá escrito com todas as letras e tintas: “Visita de Valbert. Nunca tinha visto
esse homem muito legal, carinhoso, tio, ator, e etc etc etc me deu um autógrafo
e disse: CLARA, COM CARINHO DO ATOR, TIO E AMIGO. Nunca tinha recebido um
autógrafo de um ator e de qual quer
pessoa que visita legal”.
Imaginam, os caros leitores, como me encontro diante de tal situação?
Ser trocado por alguém que só pelo simples fato de haver demonstrado seu enorme
talento de ator e um carisma sem igual, na arte de conquistar pessoas! Acho que
vou procurar esse tal Valbert Mattos e tomar satisfações. E pensar que se diz meu
amigo, que nunca esquece aquela viagem Brasília/Jampa, num voo da TUM, onde fomos interpelados
pela Comissária de Bordo e quase ficamos pelo caminho com a interferência da PF, aqui já relatada.
Tão solidário que foi naquele episódio, agora me “apunhalando” como Brutos na
conquista do carinho de minha única leitora e amiga mirim.
Ah, estejam certos, isto não irá ficar assim. Certamente que nos encontraremos
na residência da vovozinha de Clara para nos deliciarmos da receptividade tão
peculiar àquela família. Clara, nossa tão estimada amiguinha, que nos aguarde!
A Valbert, meu grande
abraço e toda a admiração.
Ainda dizem que crio os fatos de minha vida.
ResponderExcluirAinda bem que tenho testemunhas, não sou um cavaleiro solitário.
Só o poeta Jerimum para ser meu álibi nessa aventurosa história de nossas vidas, que iniciou na III Conferência Nacional de Cultura, em Brasília/DF, e continuou num voo da "TUM", onde fomos enxotados por uma comissária de bordo por estarmos proferindo poesias populares, chegando a ter a intervenção da PF, nos qual nos autorizou a seguir viagem para João Pessoa/PB e fez descer toda a tripulação da aeronave em Recife/PE, meio do caminho.
Admiro vc, Jerimum, poeta do povo, mesmo com ciúmes, meus sinceros votos de reconhecimento e estima.