sábado, 9 de agosto de 2014

Tributo ao meu sogro!

Silvestre Batista da Costa, meu sogro e seu Soares, meu pai tinham muito em comum, afora a formação que fazia de Silvestre, muito dado à leitura, um homem polido e de hábitos refinados. Mas em questão de temperamento, eram parecidos. Pra falar do meu sogro careço dar um volta no tempo. Seu gosto pela leitura está demonstrado na escolha dos nomes dos filhos Beethoven, Tolstói, Pétrus e Toscanini, um achado revista Reader's Digest que circulava no Brasil e Portugal com o título Seleções, da qual era leitor assíduo.
O nome de Parícia, por sua fez, remete a “querela” política que aqui vale ressaltar. É que Silvestre, no balcão do Cartório, perguntado sobre qual o nome a ser registrado, respondeu: − Walesca! Dá-se um impasse, então: − Desculpe-me, seu Silvestre, mas não registramos com esses nomes. Diz a funcionária do cartório. Silvestre atende e muda: − Patrícia, então! Ao que indaga o tabelião, seu amigo: − Mas Silvestre, Patrício é hoje seu inimigo político. E você vai homenageá-lo, é? − Vou não! Tira o T! Parícia! Assim ficou registrada.

Seu Silvestre era desses homens que não precisavam de papel e assinatura que o avalizassem. Era sua palavra que valia por qualquer documento lavrado em cartório. Tinha firmeza de caráter e sua conduta era referência para os muitos amigos amealhados vida afora. A música era seu hobby preferido e o blues de Louis Armstrong (what a wonderful world) o predileto. Mas Silvestre também tinha ouvidos para a música clássica de Mozart e Chopin, o primeiro pela irreverência, o segundo pela linha melódica quase melancólica. Um charuto, a taça de um bom vinho e a companhia de amigos completavam seus prazeres na vida.

Levou consigo boas maneiras tais como: Bom dia! Por obséquio! Muito obrigado!

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