quinta-feira, 31 de julho de 2014

Encontrei-me com ele!

Aquele encontro estava marcado fazia tempo. Eu, já casado e aos quarenta e poucos, marquei sem que ninguém soubesse. O que iriam imaginar se soubessem do meu encontro com aquele homem. Mas criei coragem, marquei com a cumplicidade de uma amiga. Recebi um telefonema lembrando que dia e hora havia chegado, tinha que encarar, era vital que assim agisse. Final do expediente, meio em dúvida, me dirijo ao local antes marcado. Naquela semana não houve um dia que não viesse à memória o momento que estava, agora, tão breve. Em questão de minutos estaríamos frente a frente. Eu não sabia o que dizer, pensava evitar encará-lo. Mas é chegada a hora e nos cumprimentamos. Ele, nem sabia meu nome, limitou-se a “colar” e perguntar com voz compassada: 

-Seu nome é Carlos?

-Sim, senhor!

-Carlos Alberto de Almeida, certo?
-Correto!
Então ele desandou a falar como se já me conhecesse. Sabia da idade e alguns dados familiares. Depois olhou nos meus olhos e perguntou como me sentia. Eu estava trêmulo diante daquele homem desconhecido e que sabia tanto sobre mim. Aí, para meu espanto, ele ordenou:
-Deite-se ali!

A intenção é fomentar a discussão para "quebrar o gelo"
Apontou para uma cama ao lado. Eu, sem nenhuma cerimônia, assenti aguardando o que me ocorreria dali por diante.
Dias intermináveis pensei naquele momento, fiz elucubrações de como se daria aquela nossa intimidade. Sabia que teria que passar por aquilo, era saudável, recomendável à minha idade. Antes daquele encontro convivi na antessala com senhores que, certamente, passariam pelo mesmo “constrangimento”, por assim dizer. Vi-me sem saída! Estava ali, deitado sob as ordens de um desconhecido que já me sugeria descer as calças sem que houvesse nenhuma combinação. Vestiu suas luvas, veio em minha direção, e sem pronunciar uma palavra, foi direto ao assunto!

-Ai, doutor! Contive o grito, mas não meu protesto pelo ato, o toque.

-É assim mesmo, seu Carlos. Não há outro procedimento, mas o desconforto é pequeno em relação ao benefício que o toque traz ao paciente. Sua próstata está perfeita...

Ao contrário do que muitos pensam, saí daquele encontro aliviado. Tinha quarenta e poucos anos em minha “primeira vez”.

No momento em que faço este relato acabo de chegar do meu encontro marcado com meu urologista com o mesmo benefício: Minha próstata está perfeita!

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