Gosto de planejar as ações, saber dos materiais que serão
empregados na empreitada do momento, imaginar possibilidades coisa que dá
prazer, embora cobre do corpo já maltratado pelo tempo, tempo que faço questão
de desperdiçar com coisas que soam como fúteis para uns, saudáveis e reconfortantes
para outros. Gosto de “matar” o tempo em empreendimentos domésticos que me
possibilitem prazer. Uma rede alpendrada se insere neste contexto como
um prêmio a esse labutar. A propósito do tempo quero lembrar o filósofo
italiano Mauro Maldonato com sua afirmativa de que “para quem não sabe sonhar e
ter esperança, o tempo pode ser um estorvo: pode tiranizar”. Por isso fiz as
pazes, já faz tempo e já faz redes!
Como percebem os senhores, meu dia estava feito embarcação
em mar manso, vento em popa e céu de brigadeiro. Mas lembram daquele arremate
que nos faz sentir nos céus. Para que inventei de arrematar?! Uma pancadinha
para que aquele cano tivesse melhor ajustado, afundou minha nau como num
dilúvio. E se foi o céu de brigadeiro de outrora. Se acaso perguntarem por que
cometi tal desatino, repondo como um certo Jânio: Fi-lo porque qui-lo!
E foi aí que me abateu o triste banzo!
“Para quem não sabe sonhar e ter esperança, o tempo pode ser um estorvo: pode tiranizar”. Nada mais a dizer.
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