segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Seu Flaviano e o navio de guerra

Em uma cidadezinha holandesa existe uma ponte estreita de pequenas dimensões, localizada numa fronteira com a Alemanha. E foi de enorme importância quando da invasão alemã, na II Guerra Mundial. É que numa manobra corriqueira do exército invasor, quando todos os seus soldados se encontravam do outro lado da ponte, em território alemão, a comunidade se reuniu e implodiu a ponte, único acesso possível. O ato impediu a volta do exército invasor e aquela pontezinha tomou enormes proporções no imaginário popular! Seu Flaviano, mentiroso costumas, bem que poderia conhecer essa história, pois atribuiu ao Tejipió a mesma proporção dada àquela pontezinha holandesa. Para começo de conversa é preciso esclarecer que o Tejipió só é um rio em nosso imaginário. Aqui mesmo eu o tenho dado status de rio, embora se trate de um riacho ou mesmo um córrego que só se avoluma em período de enchentes. Daí já apresento minhas desculpas pelo pequeno lapso.

Numa de suas invencionices seu Flaviano, em sua velha espreguiçadeira, nos conta a maior de suas mentiras. “Acreditem se quiserem, não sou homem de mentiras! Aqui, atrás da minha casa, já atracou um navio de guerra”, sustentava o mentiroso. A meninada, em volta da espreguiçadeira, disfarçava a incredulidade diante do absurdo. Eu, por exemplo, quis dar desconto imaginando que se tratasse de barco com porte que o Tejipió comportasse a navegação. Mas já estaria demasiado fantasioso. Então fomos surpreendidos – eu e a meninada – com o desfecho da história. Seu Flaviano ergueu-se do assento, olhou adiante, onde havia uma campina, mirou uns 100 a 200 metros e disparou: “O navio ia daqui até Areia!”. Aquela colocação nada dissera do deslocamento do navio, mas seu comprimento. Pasmem! De Coqueiral, onde estávamos, até Areia contam-se uns 3 quilômetros de distância.
Ao contrário do que muitos pensam, navio assim, nem o porto do Recife comportara!

Nenhum comentário :

Postar um comentário