segunda-feira, 6 de abril de 2015

Eu sou de um tempo...

Uma séria brincadeira é proposta lá no evaldobrasil.blogspot.com.br e nessa onda embarca também Ao contrário do que muitos pensam, na perspectiva de que muitos pensam ao contrário. Então vou reproduzir na íntegra o que diz Brasil e, em ato contínuo, darei minha versão para o que está posto. A ideia é refletirmos sobre alguns aspectos tão importantes quanto banais só dependendo do ponto de vista dos que leem e interpretam.
Seguirei a ordem proposta pelo blog do confrade iniciando com “Eu sou de um tempo... em que um prego reciclava a única sandália de dedo já hoje posso escolher entre a de dedo, a de arrasto, a fechada...”. Ah! Como aproveitei correias partidas por motivos variados, sendo que o mais comum era o uso exacerbado daqueles calçados, mesmo que a propaganda as anunciassem como “As legítimas...”, não havia como aguentar o tranco por tanto tempo. Lembro aqui que a tal propaganda ainda alardeava: “Não solta as tiras nem tem cheiro!”. Anotem “Sou de um tempo... em que não se podia votar para governador ou presidente, já hoje posso até pedir impeachment”. Os presidentes eram generais escolhidos à revelia de nós, reles mortais. A partir de 1966 os governadores, senadores e prefeitos de muitos municípios, também eram escolhidos por quem podia tudo e essas anomalias se chamavam biônicos. Tudo às escuras na ausência de sufrágio universal, o popular voto. 
Os tempos mudaram, pelo visto. Traz o blogspot de Evaldo Brasil mais um “Eu sou de um tempo... em que a feira livre era saqueada ano após ano pelo flagelo da seca e da fome já hoje posso escolher entre alimentos”. Estava em Princesa Isabel à espera de Dom Hélder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife. Momentos antes de sua entrada à cidade ouviu-se um burburinho de gente. Em seguida a notícia que a feira fora saqueada. O padre José, como gostava de ser chamado Dom Hélder, chegara em meio àquele tumultuo, no início da década de 80. “Eu sou de um tempo em que arroz e galinha era comida de festa ou domingo... já hoje é alimento diário”. Quem não se lembra de um convite nos termos: “Passa lá em casa pra comer uma galinha gorda no domingo”. Arroz, hoje, se come em “banda de lata”. Mamãe preparava a lancheira com todo esmero, entendam o porquê: “Eu sou de um tempo... em que se levava pão com banana pra escola... já hoje a merenda (escolar) se define por nutricionista”.
Decerto que os tempos muram, sim. Atalho as “provocações” de Evaldo e vou aos pontos finais: “Eu sou de um tempo... em que a inflação beirava os 99% por mês... já hoje não chega a 9% por ano e causa comoção”. Contextualizando nosso umbigo, temos “Eu sou de um tempo... em que Esperança realizava uma grande obra a cada dois mandatos governamentais... já hoje Reforma, Ginásios, Creches, UPA, IFPB, Vila Olímpica...”. Só para lembrar que eu sou de um tempo...

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