sexta-feira, 13 de junho de 2014

O hino que entrava

Ao contrário do que muitos pensam, depois da quebradeira com civilidade mascarada ou a falta dela, em nome de protestos justos, entra em campo a arte e a ciência. Fomos brindados com a inventividade artística tão peculiar à nossa riquíssima cultura. Isso não bastasse entra em capo a ciência com um belo pontapé e um pulo contra a tetra e a paraplegia.
Então é hora da seleção também entrar em campo e trazer de volta o encantamento do futebol com a pátria de chuteiras – como diria Nelson Rodrigues  − entonando o Hino Nacional Brasileiro. E aquela regra de que se toca e se canta apenas parte de um hino, mais uma vez foi pro espaço, pois se o hino é nosso cantemo-lo por inteiro e daquele jeitinho que entrava a garganta da maioria de nós brasileiros. E viva a democracia conquistada pra se fazer festa. Ao meu lado, e em minha casa, um brasileiro com camisa da seleção argentina vibrou e tirou "sarro" com o gol da Croácia, tendo o nosso respeito, pré-requisito para a civilidade e a democracia que defendemos, mesmo em momentos controversos, discutíveis como o que vivenciamos.
Muitos pensam ao contrário e eu, confesso, sou arredio à frase “Ordem e Progresso” em nosso pavilhão nacional, símbolo do iluminismo de Augusto Comte, mas o que conta mesmo é a emoção e o sentimento de brasilidade que o período repressivo quis roubar de nós. Melhor que não houvesse um mundo com fronteiras, uma grande pátria como sonhou Bolívar! Também sonho, por exemplo, com um mundo sem os contrassensos entre Etiópia e Canadá!
Quanto ao pênalti (voltando ao jogo do Brasil e Croácia) não fujo à regra e o acho também discutível. Mas não tanto quanto os gols da Inglaterra contra Alemanha (bola na trave, em 66); da Inglaterra contra Alemanha (bola que entrou sem marcação do gol, em 2010); o de Maradona (em semi-final de copa do mundo, em 86), também contra a Inglaterra: "A mão de Deus".

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