Então é hora da seleção também
entrar em campo e trazer de volta o encantamento do futebol com a pátria de
chuteiras –
como diria Nelson Rodrigues − entonando
o Hino Nacional Brasileiro. E aquela regra de que se toca e se canta apenas
parte de um hino, mais uma vez foi pro espaço, pois se o hino é nosso
cantemo-lo por inteiro e daquele jeitinho que entrava a garganta da maioria de nós brasileiros. E viva a democracia conquistada pra se
fazer festa. Ao meu lado, e em minha casa, um brasileiro com camisa da seleção argentina
vibrou e tirou "sarro" com o gol da Croácia, tendo o nosso respeito, pré-requisito para a
civilidade e a democracia que defendemos, mesmo em momentos controversos,
discutíveis como o que vivenciamos.
Muitos
pensam ao contrário e eu, confesso, sou arredio à frase “Ordem e
Progresso” em nosso pavilhão nacional, símbolo do iluminismo de Augusto Comte,
mas o que conta mesmo é a emoção e o sentimento de brasilidade que o período
repressivo quis roubar de nós. Melhor que não houvesse um mundo com
fronteiras, uma grande pátria como sonhou Bolívar! Também sonho, por exemplo, com um mundo sem os contrassensos entre Etiópia e Canadá!
Quanto ao pênalti (voltando ao jogo do Brasil e Croácia) não fujo à regra e o acho também discutível. Mas não tanto quanto os gols da Inglaterra contra Alemanha (bola na trave, em 66); da Inglaterra contra Alemanha (bola que entrou sem marcação do gol, em 2010); o de Maradona (em semi-final de copa do mundo, em 86), também contra a Inglaterra: "A mão de Deus".
Uma pátria sem fronteiras, seria tudibom.
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